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Ozarfaxinars
e-revista ISSN 1645-9180
Direção: Jorge Lima Edição e Coordenação: Fátima Pais
___66___
Janeiro 2017
Aprendizagem baseada em fenómenos (ABF)
Uma síntese de Fátima Pais
Numa altura em que o Ministério de Educação está a pôr em prática, com as escolas, o PNPSE - Programa Nacional de Promoção do Sucesso Escolar, prosseguimos, com este número da OZARFAXINARS, a nova linha editorial dedicada a um olhar sobre sistemas educativos capazes de produzirem resultados de aprendizagem de excelência, reconhecidos a nível mundial como ambientes potenciadores de escolas inovadoras.
Para começar
Como referimos no número anterior da OZARFAXINARS,
a Finlândia está já a caminho do futuro do seu sistema educativo de excelência.
A partir de Agosto de 2016,
todos os centros de ensino do país começaram a aplicar um novo método
phenomenon based learning (PhenoBL)
ou
aprendizagem baseada em fenómenos (ABF).
O que é a aprendizagem baseada em fenómenos (ABF)
Na aprendizagem baseada em fenómenos (ABF)
os acontecimentos do mundo real fornecem o ponto de partida para a aprendizagem.
Os fenómenos são estudados como entidades completas,
no seu contexto real,
e a informação e competências com eles relacionadas
ultrapassam as fronteiras entre matérias disciplinares.
O ponto de partida para a ABF
difere da cultura escolar tradicional
onde os assuntos são divididos em partes e estudados separadamente
de forma descontextualizada.
A ABF cria oportunidades para a integração de diferentes matérias e temas,
bem como o uso sistemático de métodos pedagogicamente significativos,
tais como
aprendizagem baseada em inquérito,
aprendizagem baseada em problemas,
aprendizagem baseada em projetos e portefólios.
A ABF utiliza diferentes ambientes de aprendizagem
nomeadamente ambientes mediados em formato de e-learning.
Aprendizagem aprofundada e compreensão
são as finalidades da ABF
A ABF tem início na observação conjunta, no seio da comunidade de aprendizagem,
de fenômenos holísticos do mundo real.
Os fenómenos são estudados como um todo, de diferentes pontos de vista,
atravessando, naturalmente, os limites entre as áreas disciplinares.
No ensino baseado em fenómenos,
entender e estudar o fenómeno começa
pela colocação de questões ou formulação de desafios-problema
(por exemplo, Por que um avião voa e se mantém no ar?).
No fundo, a ABF é aprendizagem baseada em problemas,
em que os alunos elaboram em conjunto respostas a questões
a propósito de fenómenos que os atraem.
Na ABF o aluno participa ativamente tanto no planeamento, como na pesquisa e na avaliação do processo.
Aulas tradicionais são assim substituídas pelo desenvolvimento de
projetos temáticos
nos quais os alunos se apropriam do processo de aprendizagem.
Na ABF as informações e competências desenvolvidas
podem ser aplicadas diretamente na escola e fora dela.
A abordagem baseada em fenómenos
permite aumentar significativamente a autenticidade da aprendizagem,
requisito fundamental para a transferência e aplicação prática da informação.
Teorias de aprendizagem
e modelos pedagógicos subjacentes à ABF
O ponto de partida da ABF é o construtivismo,
no qual os alunos são considerados construtores ativos do conhecimento
e a informação uma resultante da resolução de problemas.
A ABF ao utilizar ambientes colaborativos
suporta-se nas teorias socio-construtivistas e de aprendizagem sociocultural,
nas quais a informação não é entendida apenas como um elemento interno ao individuo
mas antes formada num contexto social.
Substituindo o estudo de "matéria" pela ABF
Finland: Replacing Subject with Phenomenon Based Learning,
publicado no Youtube pelo Wyse Channel, em 5 de Outubro de 2015
(Locução em inglês)
Estará a ABF a ser posta em prática em Matosinhos
desde 2011?
O projecto Como na Vida! é uma iniciativa da Escola Secundária Augusto Gomes (ESAG)
em execução desde o ano letivo 2011/2012
O projeto tal como foi desenhado inicialmente por Jorge Lima.
O projeto depois de operacionalizado pela equipa coordenada por Georgina Teixeira,
tal como foi apresentado e aprovado pela DGIDC.
O projeto hoje, tal como é operacionalizado, sob a coordenação da Ana Isabel Moura.
Espaço no sítio institucional da ESAG
Para saber mais sobre o projeto Como na Vida!
Ligações recomendadas
Pasi Sahlberg é docente universitário, Diretor Geral do CIMO - Centro Internacional de Mobilidade de Cooperação no Ministério da Educação e Cultura da Finlândia, professor no King´s College de Londres e na Harvard University, EUA, com responsabilidade direta no desenho do sistema educativo finlandês.
[A land of people who love to learn]
A educação é motivo de orgulho na sociedade finlandesa. No entanto, as mudanças no mercado de trabalho, o mundo digital,
a crescente desigualdade multicultural e a globalização colocam desafios ao futuro do sector de educação. Como poderão então a educação e a formação preparar a sociedade para as competências que serão necessárias no futuro?
Uma edição do Sitra - Finnish Innovation Fund, Helsínki, 2015
Sítio desenvolvido por Pasi Silander, cientista finlandês informático especializado em educação futurista.
Agradecemos, desde já, a sua opinião sobre este número - ozarfaxinars@gmail.com
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