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Ozarfaxinars
e-revista ISSN 1645-9180
Direção: Jorge Lima Edição e Coordenação: Fátima Pais
___75___
Dezembro 2017
Encontro da Comunidade de Prática
dos Professores de Biologia e Geologia de Matosinhos - 2017
7 de Julho
Moderação
Cândida Ramoa (ESBN)
ebp
Encontros de Boas Práticas
Os Encontros de Boas Práticas são jornadas regionais, anuais, promovidas e organizadas pelo CFAE_Matosinhos, de permuta de boas práticas educativas no âmbito das áreas disciplinares, abertas à participação e apresentação de comunicações por todos os docentes em exercício nos agrupamentos e escolas não agrupadas associados, contribuindo, deste modo, para que a partilha de boas práticas passe a ser comum entre os profissionais de educação de Matosinhos, entendida como importante fator de desenvolvimento profissional.
Objetivos
Reunir a comunidade de prática dos professores de Biologia e Geologia que lecionam em Matosinhos.
Partilhar boas práticas desenvolvidas ao longo do ano.
Desenvolver hábitos de publicação de documentos produzidos associados a experiências pedagógicas implementadas.
O Encontro passo a passo
Primeiras comunicações (Didática)
(1)
De que forma pode o Projeto Educativo contribuir
para o incremento da literacia científica nos estudantes
Susana Arouca
Susana Arouca é Mestre em Educação Multimédia aplicada ao Ensino de Ciências (Dissecação virtual on-line vs. dissecação real), licenciada em Biologia/Geologia. Exerce funções de docente de Ciências Naturais no AE de Perafita. É coordenadora dos Diretores de Turma e, no Plano de Melhoria, da ação Experimentando. Integra a BFI do CFAE Matosinhos. Foi consultora e autora de artigos de boas práticas pedagógicas no Ensino das Ciências
Sinopse
O papel do Projeto Educativo da Escola é a dinamização da vida da escola. O Projeto educativo implica sempre uma atuação conjunta e concertada dos diversos atores educativos, assente numa conceção participada e democrática da escola. As pessoas na organização escolar assumem a condição de atores educativos uma vez que elaboram estratégias para concretizar objetivos. Daí que a sua participação possa revestir diversas modalidades. Um dos objetivos que deve constar no Projeto Educativo é o da literacia científica. Na maioria das escolas aparece Promover/desenvolver a literacia científica. Segundo o PISA 2006, a literacia científica diz respeito ao conhecimento científico e à utilização desse conhecimento para identificar questões, adquirir novos conhecimentos, explicar fenómenos científicos e elaborar conclusões fundamentadas sobre questões relacionadas com Ciência. Diz também respeito à compreensão das características próprias da Ciência, enquanto forma de conhecimento e de investigação, assim como se relaciona com a consciência do modo como Ciência e Tecnologia influenciam os ambientes material, intelectual e cultural das sociedades. De que forma os professores do Departamento das Ciências Exatas e Experimentais, podem articular com os outros departamentos e com o Projeto Educativo da Escola, na divulgação da literacia científica. Como podem integrar projetos individuais e de grupo num Projeto que é coletivo? Nesta sessão são sugeridas propostas de estratégias para que seja feita a implementação da literacia científica no Projeto Educativo, por toda a comunidade educativa potenciando e reforçando a cultura de escola, pois sabemos que pessoas cientificamente literatas estão melhor habilitadas a compreender e a participar em discussões sobre o novo mundo tecnológico em rápida mudança, tais como: o como as drogas são testadas, onde o lixo é colocado, engenharia genética na alimentação, valor da exploração espacial, cotas de pesca. Apesar de ser pouco provável que os alunos, daqui a 10 ou 20 anos, se confrontem com estas mesmas questões, as crianças e os jovens precisam não só de compreender ideias fundamentais e explicações científicas, mas também de desenvolver uma capacidade para pensar criticamente sobre essas ideias científicas e sobre o como são aplicadas em situações do quotidiano.
(2)
A Novela Gráfica: uma interessante ferramenta didática, José
Mário Félix
José Mário Félix, licenciado em Geologia - Ramo de Formação Educacional, pela Faculdade de Ciências da Universidade do Porto. Enquanto docente foi Diretor de Turma, Orientador de Estágio, Coordenador TIC/PTE, Presidente do Conselho de Escola, Assessor da Direção/Conselho Executivo. É atualmente docente na Escola Secundária Augusto Gomes. Tem várias obras publicadas enquanto coautor de manuais escolares para o ensino básico e secundário.
Sinopse
O processo de Ensino-Aprendizagem (EA) exige cada vez mais, que os docentes, abordem e trabalhem os conteúdos curriculares, de forma dinâmica, eficiente e aprazível. Nas últimas décadas, os docentes têm sentido, de forma notória, a necessidade de proporcionar abordagens inovadoras no processo de EA, para fazer face às novas exigências de cada grupo-turma. A Banda Desenhada (BD) também conhecida por História de Quadradinhos enquanto narrativa que se constrói mediante uma sequência de imagens desenhadas pode considerar-se como um importante recurso didático na aprendizagem significativa e desta forma contribuir para a motivação dos alunos. Durante este ano letivo e tendo em conta os interesses manifestados por uma aluna relativamente ao universo da BD, sugeri como uma experiência educativa, a criação de uma novela gráfica. Esta situação de aprendizagem teve como propósito proporcionar à aluna um contexto de aprendizagem aprazível e que ao mesmo tempo lhe desse a possibilidade de explicitar a sua visão pessoal sobre o modo como esta vivenciava as aulas.
(3)
As pulgas de água no ensino experimental das ciências
Hugo Faria
Biólogo (UP). ESAG.
Sinopse
Daphnia magna, vulgarmente designada por pulga de água, é um pequeno crustáceo filtrador de água doce que se alimenta de fitoplâncton. Apresenta uma carapaça transparente, o que permite observar os seus órgãos internos. É fácil de cultivar em laboratório, com baixo custo, possui um ciclo de vida curto e apresenta elevada fecundidade com reprodução partenogénica, em condições favoráveis. Uma vez que são animais muito sensíveis e porque possuem respostas biológicas fundamentais muito semelhantes às humanas, são utilizados como modelos para testar os efeitos de várias drogas sociais (como por exemplo o café, o tabaco e o álcool) no ritmo cardíaco e são utilizados na avaliação da poluição da água.
Segundas comunicações (Didática)
(1)
Charcos com vida - Uma oportunidade de exploração na escola
Manuel Barreiro
Docente do grupo 520 - Biologia-Geologia do AE Eng. Fernando Pinto de Oliveira
(2)
Textura das rochas magmáticas - Que fatores influenciam o desenvolvimento de cristais?
Maria Cláudia Borges
Cláudia Borges, mestre em Ensino da Geologia e da Biologia, dissertação sobre "Conceções alternativas dos alunos sobre o Campo Magnético Terrestre", pela Universidade de Aveiro. Licenciada em Biologia, pela Faculdade de Ciências da Universidade do Porto. Professora do quadro da Escola Secundária da Senhora da Hora.
A estratégia apresentada foi dirigida a alunos do sexto ano e tinha como objetivo promover a curiosidade e o interesse por temas da Geologia. Através de um jogo que pretendia simular as condições de formação das rochas magmáticas plutónicas e vulcânicas, os alunos foram capazes de relacionar a textura destas rochas com as condições em estas se formaram. Apesar de ser difícil de realizar numa aula experimental, dado o número elevado de alunos, julgo que será uma atividade interessante para ser realizada entre pares, num dia do Agrupamento, por exemplo.
Reconhecimento e certificação
Esta atividade de formação reuniu as condições estabelecidas para posterior reconhecimento e certificação como ACD, ação de curta duração, com a duração de 4 horas, em sede da Comissão Pedagógica – Conselho de Diretores do CFAE_Matosinhos.
Estiveram presentes
Imagem do Encontro
Local
O Encontro realizou-se na Escola Básica Professor Óscar Lopes
Avaliação do Encontro
Apresentamos de seguida os resultados do inquérito de satisfação proposto aos participantes no Encontro.
Participantes
30
Apreciação global
48% dos participantes consideraram o Encontro Excelente.
40% Muito Bom e 12% Bom.
Pontos fortes
Partilha de experiências e práticas de ensino diferenciadas.
Reafirmar uma comunidade colaborativa de aprendizagem.
Desenvolver a profissionalidade
Qualidade das comunicações apresentadas.
Ambiente informal.
Encontrar professores ainda tão crentes nesta profissão.
O cumprimento de horário.
Tempo de duração e momento do ano letivo ideal.
Conhecer novos projetos exequíveis e aplicáveis.
O formato destes encontros é genial.
Pontos fracos
Tempo dedicado a cada apresentação deveria ser mais longo.
Falta a estes encontros uma componente prática.
Pouca divulgação da ação.
Espaço escolhido (Auditório) não muito adequado para a interação.
Mais focado no 3.º ciclo do que no 2.º ciclo.
Fará sentido reeditar este Encontro para o ano?
100% das respostas são a favor.
Principais desafios e constrangimentos na atualidade
Foi um encontro bastante rico pela diversidade e qualidade das apresentações e pela disponibilidade para a partilha e apoio posterior.
No debate final foram abordados os seguintes aspetos:
Formação para professores que "tire partido" dos recursos naturais que temos no concelho de Matosinhos, em especial no que respeita a preparação de saídas de campo na área da biologia e geologia.
Necessidade de facilitar as saídas da escola para saídas de campo - as alterações climáticas fazem modificar datas e as autorizações dos EE por vezes não cobrem estas situações; por outro lado, os custos, sempre que é necessário transporte, inviabilizam algumas atividades importantes.
O CFAE apoiou a realização de visita de estudo de professores a um parque natural - foi considerada uma ACD (ESAG). Outras escolas podem propor ações desta natureza que promovam a formação dos professores, nomeadamente para a preparação de visitas de estudo com alunos.
Folheto utilizado na divulgação
Mensagem final
A leitura das respostas e comentários dos participantes e a análise que realizamos na organização, permite-nos considerar que o balanço deste Encontro é francamente positivo, havendo espaço de melhorias a conquistar no futuro.
Cabe agora ao Conselho de Diretores do CFAE_Matosinhos a decisão de o reeditar no próximo ano.
Para terminar, um agradecimento especial aos colegas que apresentaram comunicações, à moderadora do Encontro, a todos os participantes e à Direção do Agrupamento Professor Óscar Lopes pela forma muito agradável como nos recebeu.
Coordenação dos ebp 2017 - Jorge Lima e Cláudia Malafaya
Edição deste número da OZARFAXINARS - Jorge Lima e Fátima Pais
Agradecemos, desde já, a sua opinião sobre este número - ozarfaxinars@gmail.com
© CFAE_Matosinhos